Depois de poemas, talvez um texto
Mais pra um meio termo
Já que para tantos, para existir um poema
É preciso ter rima
Algo que nunca foi de meus maiores dons
Hoje me sinto diferente
Talvez por estar mais velho
Ou é apenas mais uma noite sem dormir
Medo do amanhã?
A cada momento, sempre
É não poder chamar amor à quem se ama
Não saber ser carinhoso com o próprio sangue
Se sentir livre sozinho
E mear no meio disso tudo
Solidão e o querer
Não sou nenhum gênio
Não sou tão bonito como os outros
Além de ser bastante normal
Deixei o tanque para os atletas
Mesmo esses sendo apenas de meros espelhos sujos
Uma passagem em mãos
Sem dinheiro até pra comprar o pão
Eis aí excelente paradoxo
Do que é ser Eu
Louco e às vezes não
Penso em tanta coisa
E acabo me deprimindo
E mais ainda reprimindo
Meu nada "insensato coração"
Bizarro, é um termo melhor
De quem não espera no momento nada
Quem sabe o pior
Melhor? Mais fácil um entremeio
Entre o nada e coisa média
Sou sincero, não há como negar
Que no meio de tanta confusão
Rir, gozar e beber
Já que os cigarros acabaram
E o mago está falido
O futuro
Dos outros posso ver
Já do meu, apenas suposições
Do que parece acontecer
Mas que nunca aqui chegou
Bem, por hoje acabou
Só quis um desabafo
Na minha página pouco lida
Meu diário, meu amigo
Paganismo, minha vida.
Jp Di Carlo